Projeto acompanha Embaixada do Reino Unido e The Nature Conservancy em visita à áreas de práticas produtivas sustentáveis no Pará

Missão destaca o potencial da produção sustentável na Amazônia e impulsiona momento de trocas entre as organizações

 

Missão destaca o potencial da produção sustentável na Amazônia e impulsiona  momento de trocas entre as organizações

Entre os dias 19 e 23 de março, a Embaixada do Reino Unido convidou o Projeto Rural Sustentável  – Amazônia e a The Nature Conservancy (TNC) para uma missão da embaixada no Brasil em Altamira (PA), cidade que abriga duas das quatro OSPs que trabalham com cacau no Projeto, e também iniciativas de desenvolvimento territorial, restauração ecológica, agricultura sustentável e sistemas agroflorestais da TNC Brasil. Foi uma oportunidade de visitar áreas produtivas sustentáveis e, com isso, fortalecer uma atividade fundamental para todas as instituições: proporcionar e incentivar a troca de experiências e aprendizados entre as instituições, organizações produtivas e atuantes da região, produtores e agroextrativistas.

De acordo com a Coordenadora operacional do PRS Amazônia, Alexsandra Soares, “é conhecendo as dificuldades, desafios e oportunidades que conseguiremos traçar novas perspectivas para o estado, para as cadeias produtivas e para os produtores e agroextrativistas que atuam nesses territórios – e nessa atividade pudemos conhecer o contexto de uma de nossas OSPs parceiras e contar com a presença de outros beneficiários do Projeto”, conta. Alexsandra ainda complementa: “Então, acreditamos que a presença do Reino Unido, de implementadores do Rural Sustentável e de outras iniciativas em campo é essencial para construir alternativas e estratégias para a continuidade dos resultados do projeto e do programa como um todo”, afirma.

No primeiro dia da missão, depois de visitar a fazenda da Belterra e a fábrica da Cacauway, as equipes chegaram ao galpão Rede da Terra do Meio, onde ocorreu intensa troca de experiências sobre questões organizacionais, sistemas produtivos, desafios enfrentados na região e outras visões sobre o escoamento de produtos, formas de produção e de comercialização em si.

O segundo dia concentrou-se na visita da equipe do PRS – Amazônia à Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), uma organização local de produtores de cacau apoiada pelo Projeto. Durante essa visita, foram discutidos os benefícios do cultivo de cacau em sistemas agroflorestais, como alternativa mais sustentável ao cultivo do cacau a pleno sol.      

Para acompanhar a visita, duas representantes da Associação de Mulheres Produtoras de Polpas de Frutas (AMPPF) vieram de São Félix do Xingu, a 1.004km de Altamira, e também do  Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Altamira (STTR), integrando três das quatro OSPs parceiras do Projeto na cadeia do cacau. Seu Domingos e Jonas, da FVPP, a dona Josefa Maria e Simone Carvalho, da AMPPF, e representantes do STTR tiveram a oportunidade de dialogar sobre dificuldades, gargalos e alternativas produtivas em cada uma das organizações, compartilhando mais sobre a história da OSP.

De acordo com a tesoureira da AMPPF, Simone Carvalho, a experiência da visita foi enriquecedora. “Viemos para Altamira, um local bem longe de onde residimos e pudemos ver tantas realidades distintas da nossa, o que tem somado muito aprendizado e conhecimento. Aqui aprendemos muitas ideias e soluções que podem funcionar na nossa instituição, em nossa comunidade” destacou.

O último dia da missão foi marcado pela visita à propriedade de Álvaro Caçador, agricultor familiar apoiado pelo Projeto Cacau Floresta, executado pela The Nature Conservancy (TNC) e parceiros estratégicos. Nela, foi possível observar a combinação de restauração ecológica com o cultivo de cacau em Sistema Agroflorestal (SAF) enriquecido por espécies florestais não madeireiras e frutíferas, como urucum, manga, cajá e cupuaçu, entre outras plantas da região. 

Para José Otávio, Diretor da TNC Brasil na Amazônia, a diversificação que estes sistemas promovem são fundamentais para proteger os cultivos de pragas e doenças, ao mesmo tempo em que geram renda perene e apoiam na subsistência do produtor rural, garantindo o seu bem-estar e fixação na região, além de oferecer uma solução para as agendas de clima e biodiversidade. “Este é um exemplo de como atuamos no compartilhamento de conhecimentos técnicos de práticas agropecuárias sustentáveis, no fomento a investimentos em melhores práticas agrícolas, na garantia de venda justa nos mercados de interesse, no fortalecimento das instituições socioprodutivas (como as cooperativas, associações etc.), e no engajamento das comunidades na busca pela conservação e restauração dos recursos naturais”, ressaltou o diretor. 

A missão representa, ainda, a importância do diálogo e da cooperação entre entidades governamentais, organizações não governamentais e projetos locais para abordar desafios complexos e promover essa troca de experiências e percepções entre as organizações participantes. 

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