Cacau e empoderamento feminino: a importância das mulheres na produção sustentável no Pará

Desde o plantio até a transformação em produtos finais, o cacau conta com o trabalho significativo de mulheres nas OSPs do Projeto

Amêndoas de cacau, cacau em pó, manteiga de cacau, nibs de cacau, pasta, cosméticos e o famoso chocolate: no Dia Nacional do Cacau, é hora de celebrar não apenas essa diversidade de produtos, mas principalmente todo o processo produtivo que os envolve, desde o cuidado das famílias agroextrativistas até a transformação no que chega na mesa de quem consome. Neste contexto, o Pará se destaca como o maior produtor de cacau do país, movimentando cerca de R$1,8 bilhão e representando 53% da produção nacional, conforme dados do IBGE de 2022.

A cadeia produtiva do cacau no Pará abastece mercados locais e internacionais e também representa um potencial significativo de desenvolvimento socioeconômico. No entanto, essa realidade não está isenta de desafios, como a demanda crescente por assistência técnica personalizada, dificuldade de acesso a linhas de crédito e mercados mais competitivos Por outro lado, as necessidades podem indicar oportunidades de crescimento sustentável e de fortalecimento da cadeia produtiva: a demanda crescente no mercado, o potencial de associar à sistemas agroflorestais (SAFs) e a possibilidade de aprimorar o processamento de amêndoas no estado são exemplos de potenciais da cadeia.

O cacau e a participação feminina

Um papel que se destaca nas Organizações Socioprodutivas parceiras do Projeto é a participação feminina na cadeia produtiva do cacau. Três das quatro OSPs dessa cadeia contam com mais da metade de suas equipes compostas por mulheres, indicando o protagonismo feminino nesse cenário.

Maria Josefa Machado Neves, Presidente da Associação de Mulheres Produtoras de Polpas de Fruta (AMPPF) na comunidade de Tancredo Neves, é uma dessas mulheres inspiradoras. Trabalhando na cadeia do cacau desde 2007, muito antes da fundação da associação, Maria Josefa destaca o impacto positivo que a presença feminina tem na comunidade.

“É um prazer muito grande fazer parte do desenvolvimento da cadeia produtiva em que trabalhamos. Eu ensino e aprendo muito com todos envolvidos, é muito gratificante ver a evolução: era uma cultura de subsistência e pecuária, hoje produzimos para comercializar também e consigo ver a mudança na paisagem e na vida das associadas”, destaca.

Apenas no Pará, foram cerca de 145 mil toneladas de cacau produzidas em 2022 e a região Transamazônica responde por 73% da produção no estado (IBGE, 2022). São Félix do Xingu é uma das regiões produtoras da Transamazônica e onde está a sede da AMPPF, composta majoritariamente por mulheres.   

Para Maria Josefa, a presença da mulher na Organização Socioprodutiva – OSP representa luta, evolução constante do protagonismo feminino, desenvolvimento sustentável das famílias e conquista da independência financeira. “Representa luta, evolução constante do protagonismo feminino, desenvolvimento sustentável das famílias que essas mulheres são líderes, conquistando a independência financeira e hoje as nossas mulheres estão de parabéns!”, ressaltou.

Assim, o PRS Amazônia celebra hoje o Dia Nacional do Cacau e reconhece, valoriza e impulsiona o papel essencial das mulheres na construção de uma cadeia produtiva sustentável e inclusiva no estado do Pará.

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