Muito conhecimento para fortalecer práticas sustentáveis! Em novembro, foi a vez das Organizações Socioprodutivas (OSPs) de Rondônia participarem dos Dias de Campo do Projeto Rural Sustentável – Amazônia. Na Terra Indígena Rio Branco, a Õtaibit teve um dia imersivo na produção sustentável de mudas de café, com uma ampla participação da juventude. Já no Vale do Paraíso, a COOPEMON teve uma imersão em temas importantes da piscicultura do tambaqui – como os desafios e oportunidades para industrializar a produção dessa espécie de peixe redondo.
Na cadeia de peixes redondos, a visita foi na agroindústria de pescados
Os diálogos sobre o fluxo e a industralização da produção do tambaqui começaram antes mesmo de chegar no destino: durante a viagem de mais de 200 km que os(as) psicultores(as) da COOPEMON, do município Monte Negro (RO), fizeram até a agroindútria Pescados Rodrigues, no Vale do Paraíso (RO). O encontro foi marcado por atividades práticas e uma palestra sobre a relação da sanidade com a qualidade do pescado, conduzida pelo Vinícius Pedroti, técnico da EMATER – RO.
Para Pedroti, essa foi uma grande oportunidade de contribuir com as trocas de experiências que aconteceram durante o dia e fortalecer a cadeia produtiva da piscicultura, especialmente no estado. “A palestra teve como objetivo apresentar e discutir a sanidade e a qualidade do pescado, com atenção à sustentabilidade em seus diversos aspectos e segurança alimentar nutricional, voltado à cadeia produtiva de peixes redondos e destacando a interrelação dos elos da cadeia. A palestra iniciou na agroindústria Pescados Rodrigues e se estendeu ao longo da viagem de retorno, com indagações livres”, ele conta.
“Há esperança para o nosso frigorífico!”, José Barroso, presidente da COOPEMON.
Um dos objetivos do Dia de Campo é promover esse ambiente de troca e inspirar ações que contribuam para uma produção mais sustentável e de qualidade nas OSPs parceiras. O seu José Barroso, presidente da COOPEMON, tem uma longa trajetória na despesca e relata que o dia fortaleceu o seu sonho de ter o próprio frigorífico.“Vimos muita modernidade hoje, novos cortes e o aprimoramento de cortes. Então, assim, é muito importante saber que há esperança para o nosso frigorífico. Estamos no caminho e, com certeza, quando tivermos um vai dar certo também”, finaliza.
Ao longo do dia, os piscicultores e as piscicultoras conversaram sobre diversos assuntos, como as boas práticas de manejo, a sanidade do peixe, assistência técnica e extensão rural, desenvolvimento de projetos, captação de crédito, interrelação dos elos da cadeia do pescado, tecnologia do pescado e muito mais.
Veja alguns dos principais momentos na agroindústria Pescados Rodrigues
Já na cadeia produtiva do café, o dia foi para falar sobre a produção de mudas
Da agroindústria de pescados rumo ao município de Alta Floresta D’Oeste (RO): o Dia de Campo na cadeia do café aconteceu na aldeia do Formigueiro, na Terra Indígena Rio Branco, e teve como objetivo trocar conhecimento com as famílias produtoras da Associação Indígena Fluvial Õtaibit, sobre a produção de mudas de café. O encontro contou com a palestra sobre as boas práticas e a implantação de lavouras, além de momentos para tirar dúvidas e atividades práticas.
Thatiane Costa, monitora de campo no Projeto, destaca os momentos de interação entre as famílias e a ampla participação da juventude durante o dia. “A juventude protagonizou o momento de tira-dúvidas, trocando informações com os produtores mais experientes, como com a família anfitriã, Nilzete Tupari e Felipe Makurap, que são os produtores de café mais antigos da associação, com mais de 15 anos na cafeicultura”, ela destaca.
O dia foi marcado também pelas visitas aos viveiros e à roça do café, para observar as lavouras com diferentes idades e mergulhar nas boas práticas do cultivo do café. A jovem Adrielle Kampé, da Terra indígena Rio Branco, destaca a importância de participar de momentos práticos como esses. “Esse Dia de Campo contribuiu bastante, devido a importância de nós jovens indígenas ter conhecimento nessa área da lavoura, principalmente do café, que é bastante produzido na Terra Indígena”, conta.
Um dos associados da Õtaibit, Eri Kampé, complementa que o encontro proporcionou a interação entre as famílias produtoras e a juventude. Para ele, fortalecer as práticas produtivas é fortalecer a história, os modos de vida e promover a inclusão do povo indígena em novos mercados. “O dia de campo foi de grande importância porque tivemos produtores e a participação de jovens – pudemos aprender a origem do café, a história e como produzir mudas. Vimos que o café carrega a identidade do nosso povo, do agricultor. Lembrando que isso fortalece a comunidade e, com certeza, quem produz café. Não é somente sobre a aquisição financeira, mas faz com que tenha uma inclusão social através da produção do café”, ele finaliza.
Os dois Dias de Campo tiveram como objetivo principal somar conhecimento com as famílias produtoras das duas OSPs parceiras, visando o fortalecimento da produção, com foco no aumento da renda das famílias.
O que vem por aí
Agora, a equipe de campo do PRS – Amazônia se prepara para mais um momento prático: voltado às boas práticas na coleta do açaí com as OSPs do estado do Pará. Fique ligado(a) para não perder as próximas atividades do Projeto!