Pescadora de OSP parceira do Projeto, Lillian Gonçalves, é premiada por atuação na pesca artesanal

Prêmio Mulheres das Águas reconhece e valoriza o trabalho da jovem pescadora na proteção do pirarucu contra a pesca predatória

Na terça-feira (19), a pescadora artesanal Lillian Gonçalves (22) foi agraciada com o Prêmio Mulheres das Águas, na categoria Pesca Artesanal em Águas Continentais. Lillian é parte atuante da Associação de Produtores Rurais do Setor São José, uma das Organizações Socioprodutivas (OSP) do PRS – Amazônia, composta em 42% por jovens e com forte presença feminina. O Projeto acompanhou Lillian na premiação, com o qual compartilha a sinergia de encorajar espaços de protagonismo das mulheres e a diminuição das desigualdades de gênero.

O evento, promovido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), teve como objetivo reconhecer e premiar mulheres notáveis no setor pesqueiro brasileiro. Lillian, que com apenas 22 anos subiu ao palco para receber o prêmio e falar em nome das 21 mulheres premiadas, ressaltou a importância desse reconhecimento: “Este prêmio significa reconhecimento e valorização da nossa profissão, não apenas para mim, mas para todas as mulheres pescadoras do Amazonas, mulheres pescadoras em geral, aquicultoras, marisqueiras. É um passo importante para que nosso trabalho seja mais reconhecido e tenha mais credibilidade no futuro”.

Natural de Maraã, Amazonas, Lillian Gonçalves cresceu às margens do rio Japurá e se destaca não apenas por sua habilidade na pesca, mas também por seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a valorização das mulheres na área. Desde a infância, ela se envolveu no manejo do pirarucu junto aos familiares e dedicou-se à proteção da espécie na região dos lagos, combatendo a pesca predatória que coloca em risco a existência desse peixe ameaçado de extinção.

Presente na cerimônia, o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, também destacou a diversidade e importância das premiadas em seu discurso: “As mulheres premiadas são únicas em suas histórias, mas também são várias. Vocês representam mulheres marisqueiras, indígenas, quilombolas, caiçaras, ribeirinhas, pantaneiras. Mas, também, mulheres gestoras, pesquisadoras e líderes. Empreendedoras. Mães. Mulheres que têm nas mãos, no olhar e na sabedoria os rumos de uma atividade, de uma comunidade, de uma família”.

O Ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, enfatizou a importância de reconhecer o trabalho das mais de 500 mil pescadoras no país: “Hoje é dia de colher, é dia de premiar, de homenagear, jogar luz sobre sete histórias de vida que merecem todos os nossos aplausos. Merecem ser celebradas para que se transformem em exemplo e para que suas vozes continuem a ser ouvidas pelas gerações que virão”.

Setor São José

Lillian é uma das integrantes da Associação dos Produtores Rurais do Setor São José, no Amazonas. A associação trabalha há 30 anos com a preservação do pirarucu, para além da fonte de renda: o peixe é um recurso essencial para a sobrevivência das 62 famílias associadas que dependem da pesca no Lago Maraã. Dentro da associação, ela participa de todo o trabalho na cadeia do manejo de pirarucu, desde a vigilância dos lagos, passando pelas atividades de monitoramento dos acordos de pesca até chegar na parte da retirada e beneficiamento do pescado.

“Esse é um trabalho fundamental para proteger a região de lagos contra as pescas predatórias, para manter e preservar o pirarucu. Isso também ajuda a manter o ecossistema como um todo e a proteger outras espécies e a biodiversidade local”, destacou Lillian.

O Prêmio Mulheres das Águas atraiu a atenção de diversas mulheres em todo o país, representando uma história de dedicação e conquistas nesse setor fundamental para a economia e a cultura brasileira. Essas ideias estão alinhadas com os pilares do PRS – Amazônia, que reconhece a importância de valorizar e encorajar as ações das mulheres e contribuir para a sustentabilidade da pesca artesanal.

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