OSPs parceiras do Projeto participam do Festival Internacional do Chocolate e Cacau

Mulheres produtoras se destacam na exposição dos produtos e na participação em cursos, palestras e rodadas de negócios

Nibs, barra de chocolate, geleias, doces e muito conhecimento: nos dias 26 a 29 o Projeto Rural Sustentável – Amazônia prestigiou as duas Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras que vivenciaram o maior evento de cacau e chocolate da América Latina: o Chocolat Xingu, realizado em Belém (PA). Os três dias foram de troca de saberes entre pessoas de várias partes do país e do mundo, que trabalham na cadeia produtiva do cacau.

O Pará é atualmente o maior produtor de amêndoas de cacau do Brasil, com 140 mil toneladas por ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP). Parte desse produtos são cultivados por agricultores e agricultoras familiares, que movimentam a economia local com práticas agrícolas sustentáveis. A exemplo disso, temos as quatro organizações socioprodutivas parceiras do PRS – Amazônia, no estado: a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), a Associação das Mulheres Produtoras de Polpa de Fruta (AMPPF), a Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé Miri (CAEPIM) e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Altamira (STTR).

Além de acompanhar as ações da FVPP e a AMPFF no Festival, o Projeto marcou presença no evento para saber mais sobre as discussões recentes da cadeia do cacau, além de conhecer as novas possibilidades de cultivos agroflorestais, de prevenção contra doenças e trocar conhecimento sobre  boas práticas de cultivo e de negócios. 

Mulheres do campo que inspiram 

Um dos principais destaques trazidos pelas organizações durante o festival foi a luta e o protagonismo feminino no campo. As mulheres produtoras rurais têm atuado cada vez mais em atividades que vão desde a produção, beneficiamento a comercialização dos produtos. Essa atuação, além de gerar a autonomia financeira, fortalece a participação feminina também em espaços estratégicos dentro das organizações. 

Os desafios são inúmeros e diários, mas o que essas mulheres têm em comum é a força e a disposição para enfrentar os desafios da cadeia produtiva do cacau aliando a conservação do meio ambiente. São mulheres inspiradoras, que trouxeram suas perspectivas durante o Festival. 

Dona Jiovana Lunelli, da FVPP

A produtora Jiovana Lunelli foi quem representou a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) nos três dias de evento, com a marca Cacau Xingu. Produtos como nibs de cacau, barras de chocolate e geleias foram expostos no estande da organização, e renderam prospecções durante as rodadas de negócios. “Chocolat Festival pra nós que somos produtores orgânicos é uma oportunidade única, de estar aqui, de mostrar os nosso produtos e fazer prospecção de negócios, que é o mais importante. Então não é só trazer os chocolates, não é só fazer a degustação, mas é fazer negócio”, destacou. 

Ela ainda participou do Fórum da Cacauicultura, com o tema Produção de chocolate Tree To Bar em Sistemas Agroflorestais Sustentável, ressaltando os benefícios dos SAFs para a conservação da biodiversidade, sequestro de carbono e melhoria da qualidade do solo. 

Desde muito cedo, dona Jiovana aprendeu que é possível viver da terra e respeitar o meio em que vivem. Ao chegar em Brasil Novo (PA), uma região onde a agricultura convencional predominava, ela decidiu trilhar um caminho diferente: adotar práticas produtivas sustentáveis por meio do cultivo orgânico do cacau. Atualmente, seu negócio conta com o apoio da organização FVPP, que a auxilia em questões organizacionais e de assistência técnica.

               Jiovana Lunelli, associada da FVPP, em frente ao estande da Cacau Xingu com a equipe do PRS – Amazônia

 

 Joelma Menezes, da AMPPF

De São Félix do Xingu, Joelma Menezes trabalha na logística e na comunicação da Associação de Mulheres Produtoras de Polpa de Frutas (AMPFF). Ela diz ter sido abraçada pela organização em um dos momentos mais difíceis da sua vida e sente orgulho de pertencer à uma organização composta majoritariamente por mulheres produtoras rurais. “O que mais me incentiva a trabalhar na AMPFF é o protagonismo feminino, o protagonismo da mulher no campo e a oportunidade dessas mulheres estarem atuando no meio dos negócios”, ela conta.“E isso incentiva mais mulheres, que às vezes estão passando por algum problema difícil, a criar o seu próprio negócio e ter a sua própria renda”, destaca. 

As produtoras expuseram pastas de chocolates, licores e geleias de vários sabores, no estande e nas rodadas de negócios. “Nesse evento, criamos bastante contato com as pessoas, recebemos elogios dos nossos produtos, e isso nos deixa lisonjeadas. Saber que a gente veio de tão longe, chegar aqui e ver o nosso produto e o nosso trabalho serem valorizados, prestigiados, é muito gratificante”, finaliza.

                                                                                                              Mulheres produtoras, associadas da AMPPF

PRS – Amazônia no Pará

No estado, o PRS – Amazônia é parceiro de sete organizações socioprodutivas, onde quatro delas atuam na cadeia do cacau e três na do açaí. O Projeto busca com as organizações construir ações conjuntas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Isso inclui a inserção de seus produtos em atuais e em novos mercados, o fortalecimento organizacional e ações de capacitação, sempre aliando produtividade à conservação do meio ambiente.

Ao todo, o Projeto é parceiro de 18 organizações socioprodutivas e fortalece seis cadeias na Amazônia: no Amazonas, trabalha com a castanha-do-Brasil e o pirarucu de manejo; em Rondônia, com o café e peixes redondos; no Pará, com o açaí e o cacau. Um dos seus diferenciais é a construção coletiva com as organizações locais – muitas delas compostas por comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e lideradas por mulheres e jovens.

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