Durante o mês de agosto, foram as Organizações Socioprodutivas (OSPs) de Rondônia que receberam a segunda rodada de oficinas do Projeto Rural Sustentável – Amazônia. No total, 5 organizações parceiras da cadeia produtiva de peixes redondos e do café participaram dos encontros. O objetivo foi revisitar o diagnóstico das organizações, realizado na primeira rodada, e iniciar a construção de Planos de Negócios personalizados, que nortearão as ações estratégicas de cada OSP.
Na primeira oportunidade, realizada em junho, as populações locais, junto à equipe de campo do Projeto, conseguiram mapear os desafios, as possibilidades e as aspirações das organizações. A partir disso, todas as informações foram coletadas e compiladas em um diagnóstico organizacional. Já neste segundo momento, foi possível complementar e validar as informações para o desenvolvimento dos Planos de Negócios personalizados.
Representatividade na cadeia produtiva do café
COOPAITER, Õtaibit, Gap Ey são as três organizações indígenas que participaram da segunda rodada de oficinas da cadeia do café, nos municípios de Alta Floresta d’Oeste e Cacoal, localizados no centro-leste do estado. Nos três encontros foi possível ver de perto a dedicação das comunidades em cada etapa das oficinas.
A associação Gap Ey, da qual Célia Suruí faz parte, possui cerca de 144 associados, destes 54% são mulheres e 30% são jovens – grupos que tiveram suas vozes ouvidas e representadas no diagnóstico e nas atividades. “As oficinas estão sendo muito importantes para a associação Gap Ey, porque vêm trazendo muitas coisas boas para as comunidades. O Projeto vai ajudar bastante nós indígenas”, destaca Célia, indígena do povo Suruí.
Por lá, quem participou também teve a oportunidade de trocar conhecimento sobre boas práticas, analisar as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças (Análise Swot) e implementar outros métodos participativos com o apoio da equipe de campo. Essas atividades vão ajudar a definir as estratégias necessárias para alcançar os objetivos definidos por cada OSP.
Um exemplo disso foi a aplicação de um método participativo chamado Giro Produtivo: uma ferramenta de avaliação que busca identificar e eliminar gargalos, implementar melhorias e garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente. A partir disso, os produtores e produtoras puderam identificar as novas potencialidades da sua produção, como um negócio capaz aumentar a renda da família enquanto os saberes tradicionais e o meio onde vivem são respeitados.
Ivete Tupari, da associação Õtaibit, nos mostra o giro produtivo da cadeia do café, durante oficina de Plano de Negócios
Segundo a equipe de campo, ao todo, mais de 85 pessoas participaram das últimas oficinas da cadeia do café. A monitora, Thatiane Costa, destaca o envolvimento de todos e todas para a construção de um plano condizente ao contexto local. “O envolvimento das comunidades nas oficinas do plano de negócios nas OSPs do café tem sido amplo. Vemos o otimismo das lideranças com a elaboração deste documento que vai apoiar o crescimento organizado das famílias envolvidas”, finaliza.
Após a oficina, os monitores do Projeto continuarão mantendo contato online com as organizações parceiras do café, para dar continuidade a outras etapas do Plano de Negócio. Além disso, está prevista uma etapa presencial para construção coletiva e personalizada do documento.
E na cadeia produtiva de peixes redondos
Já na cadeia de peixes redondos, quem marcou presença foram os produtores e produtoras da Colônia Z1, do município de Porto Velho, e da COOPEMON, que fica a pouco mais de 10 km de distância da capital, no município de Montenegro. As atividades foram semelhantes às da cadeia do café, com uma intenção em comum: validar e complementar, pela perspectiva das OSPs, o diagnóstico com gargalos, potenciais, aspirações, desafios e outras informações pertinentes para criar os Planos de Negócio.
Para Geovanna Lemos, monitora do Projeto, que acompanhou a atividade, o que mais chamou a sua atenção foi a participação e o empenho dos participantes. “A grande interação com certeza foi e será o grande diferencial para que as organizações avancem em seus objetivos”, ela conta.
Segundo a monitora, a próxima ação será uma oficina participativa para a elaboração do Plano de Comunicação e revisão e implementação do plano de negócios. “Essa é uma metodologia contínua, que evolui gradativamente para a estruturação personalizada à realidade local […]. Temos como resultado esperado um plano de negócios executável e sustentável e ajustado ao contexto de cada OSP”, finalizou.
Essa segunda rodada de oficinas de Planos de Negócios acontecerá em todos os três estados de atuação do Projeto, como aconteceu em Rondônia. As próximas atividades serão no Pará e no Amazonas. Não deixe de acompanhar!