Seguimos o curso dos rios paraenses para mergulhar na rica história das famílias produtoras da cadeia do açaí e nas suas técnicas produtivas, desde a combinação de culturas até a criação de abelhas para aumentar a qualidade e a quantidade de frutos. Nos meses de janeiro e fevereiro, o Projeto Rural Sustentável – Amazônia deu início à assistência técnica com mais três Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras no Pará. Essa primeira etapa aconteceu com o objetivo de mapear o contexto local e produtivo, para oferecer uma ATER que vai unir os saberes tradicionais ao conhecimento técnico e as oportunidades de mercado. Na prática, é mais renda e qualidade de vida para as famílias produtoras.
Conhecer e dialogar para planejar uma assistência técnica adaptada às aspirações das OSPs
A viagem iniciou pelas águas do rio Tocantins, que levaram a equipe de campo até as famílias produtoras da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Rio Mupi (APREMARMU), no município de Cametá (PA). Um dos principais objetivos dessa primeira visita foi identificar as áreas de produção e entender mais sobre as potencialidades e os desafios da cadeia produtiva e da região, por meio do diálogo e da aplicação de um questionário socioeconômico com cada família. Isso também aconteceu na Associação Multissetorial dos Empreendedores de Beja (AMSETEB), em Abaetetuba (PA), e com a Associação dos Moradores e Agricultores Remanescentes de Quilombolas das Comunidades de Santa Quitéria e Itacoãozinho (AMARQUISI), em Acará (PA).
As OSPs parceiras do Projeto trabalham com o extrativismo sustentável e/ou com o cultivo do açaí há anos, e já implementam uma variedade de técnicas produtivas tradicionais no seu dia a dia. Algumas famílias criam abelhas perto dos açaizais, utilizando a polinização para aumentar a produtividade e qualidade do fruto, já outras encontraram nos sistemas agroflorestais uma forma de otimizar as áreas de cultivo e, com isso, melhorar a qualidade da água, do solo e tornar a produção mais resistente às pragas e as condições climáticas.
Leonilson Castro, presidente da APREMARMU, por exemplo, tem mais de 25 anos de trabalho com o manejo e a coleta do açaí. Ele conta que está na expectativa de somar conhecimento com a equipe técnica do Projeto para aumentar a sua produção. “Minhas expectativas com o ATER é ter mais conhecimento técnico dentro da minha propriedade para poder continuar trabalhando de forma correta para produzir mais. Os aprendizados que tive dessa primeira visita foram muitos, um deles foi fazer levantamento das espécies de árvores nativas que tem muita importância para a biodiversidade na Amazônia”, ele destaca.

Segundo a monitora de campo, Bruna Luz, o desejo das famílias de participar ativamente das atividades tem feito toda a diferença para a construção de um diagnóstico produtivo mais representativo. “A colaboração, o engajamento e o entusiasmo das famílias para receber os serviços de ATER, que já era tão esperado, é um grande ponto positivo, bem como a participação ativa dos associados da OSP no mapeamento da região, onde vimos um forte senso de união e comprometimento com o Projeto. Além disso, a troca de conhecimentos entre os envolvidos foi essencial para a identificação dos polos produtivos, tornando o processo ainda mais enriquecedor e participativo”, Bruna destaca.
Essa primeira etapa é um passo importante para conhecer mais sobre a história, as aspirações, os desafios e potencialidades do contexto e da produção de cada família. As informações levantadas serão compiladas em um diagnóstico que vai direcionar uma assistência técnica alinhada aos seus objetivos individuais e coletivos. O propósito final é aumentar a renda, a qualidade de vida dessas famílias e contribuir com a conservação da sociobiodiversidade amazônica.
Confira o que vai acontecer na próxima atividade
Nos próximos meses, a equipe de campo fará um nova visita às famílias produtoras da cadeia do açaí para apresentar o plano de implementação. Nesta fase, serão construídas conjuntamente estratégias para melhorias de práticas sustentáveis.
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Conheça algumas das famílias produtoras das OSPs do açaí





