Oficinas em Rondônia: 5 organizações socioprodutivas dão primeiro passo para fortalecer OSPs e inserção produtiva

Estado recebeu 4 oficinas direcionadas ao mapeamento do contexto das OPSs, engajamento de suas lideranças e inserção em novos mercados

O Projeto Rural Sustentável Amazônia promoveu mais uma rodada de oficinas com as Organizações Socioprodutivas (OSPs) envolvidas no Projeto, para mapear suas aspirações, barreiras e oportunidades. E desta vez, o destino foi Rondônia, onde 3 organizações parceiras atuam com a cadeia produtiva do café e 2 com peixes redondos. No total, 10 encontros foram realizados no estado, entre os meses de maio e junho. 

O propósito é fazer das oficinas um momento de escuta ativa e construção conjunta de diagnósticos sobre as principais dificuldades e potencialidades de cada OSP, o mapeamento das cadeias produtivas, estudo do mercado amazônico para impulsionar a produção em novos mercados e ações de engajamento de novos líderes e fortalecimento das lideranças atuais

Os diagnósticos servirão com uma base de informações para inspirar Planos de Fortalecimento de Cadeias Produtivas e Planos de Negócios personalizados, voltados ao fortalecimento das organizações dos três estados do Projeto.  Em Rondônia, por exemplo, os trabalhos são com as cadeias dos peixes redondos e do café; no Pará, com as cadeias produtivas do açaí e do cacau; e no Amazonas, com a castanha-do-Brasil e do pirarucu de manejo.

Conheça as organizações socioprodutivas de Rondônia

1 Associação GAP EY

Café | Cacoal | 36 famílias

2 Cooperativa de Produção e Desenvolvimento

do Povo Paiter Suruí RO/MT (COOPAITER)

Café | Cacoal | 56 famílias

3 Associação Indígena Fluvial (ÕTAIBIT)

Café | Alta Floresta D’Oeste | 34 famílias

4 Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-1

Tenente Santana

Peixes redondos | Porto Velho | 30 famílias

5 Cooperativa de Produtores de Peixe de

Monte Negro LTDA

Peixes redondos | Monte Negro | 31 famílias

organizações socioprodutivas de Rondônia

Cadeia produtiva de Peixes redondos

Tambaqui, Pirapitinga, Pacu, Tambacu, Patinga, Tambatinga: esses são alguns dos peixes de água doce que aquicultores(as) e pescadores(as) artesanais de Rondônia manejam dentro da cadeia de peixes redondos. Por lá, as quatro oficinas foram realizadas na capital do estado, Porto Velho, onde reuniram produtores e produtoras da Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-1 Tenente Santana e da Cooperativa dos Produtores de Peixe de Monte Negro (COOPEMON).   

Um dos consultores do Projeto, Luiz Wendhausen Barreto, conta sobre o papel das oficinas de trazer à memória a história e o trabalho árduo das populações locais, como um momento fundamental para definir ações compatíveis com a história da região – e foi o que aconteceu na Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-1 Tenente Santana. “A atividade foi muito importante para fornecer informações históricas sobre a realidade das pessoas que ali estavam, principalmente em relação à pesca e ao alagamento de parte do rio, para construção de Usina Hidrelétrica e as ações de piscicultura por parte dos beneficiários. Esse dia foi muito importante, pois deu maiores explicações sobre o funcionamento prático da Colônia para com seus associados, além de identificarmos as potencialidades da piscicultura de peixes redondos dentro dessa organização”, destaca.

Já o coordenador estadual, Jenner Tavares Bezerra, conta sobre a colaboração entre as organizações e a equipe de campo do projeto, para definição de estratégias eficazes para o fortalecimento das  OSPs. “As oficinas permitem a construção participativa de estratégias para o fortalecimento da cadeia, planos de negócios e estudos de mercado que vão gerar mais autonomia às populações locais. Os temas abordados nas oficinas têm uma relação muito tênue de complementaridade, que, com as estratégias bem traçadas e executadas, mitigarão a maioria das dores e dificuldades atuais trazidas pelas OSPs”, ele relata.

Cadeia produtiva do Café

Enquanto isso, a outra parte da equipe do PRS – Amazônia desembarcava na região Matas de Rondônia, para se juntar às organizações produtoras de café – todas as OSPs dessa cadeia produtiva são indígenas. As belezas naturais da região foram o grande palco dos encontros com a Associação Indígena Fluvial Õtaibit, Associação Gap Ey e da Cooperativa de Produção do Povo Indígena Paiter Suruí (COOPAITER), mas o destaque dos encontros ficou para os resultados que surgiram a partir das oficinas.

Além das conversas sobre as principais demandas e potencialidades das comunidades para a construção dos diagnósticos de Planos de Negócio, Estudos de Mercados e Fortalecimento das cadeias produtivas, a Coordenadora de capacitação, Melissa Curi, destaca as ações de engajamento para atrair novas lideranças e fortalecer as lideranças atuais, como aconteceu com a Õtaibit. “Essas oficinas têm uma metodologia adaptável à realidade de cada OSP e cadeia produtiva. Então, foi importante iniciar as atividades que visam aumentar esse engajamento de novas lideranças e, ao mesmo tempo, fortalecer as que já estão há muito tempo à frente das OSPs. Isso ajuda a aumentar a participação social das organizações em seus respectivos espaços de atuação’’, destaca. De acordo com a Coordenadora, haverá um segundo momento para formação de novos líderes e para incentivar lideranças locais e espaços de diálogo.

A Coordenadora acrescentou também a grande participação das organizações na proposição de atividades que impulsionam a geração de renda e envolvimento da juventude nas ações das OSPs. “Há uma grande demanda vinda das comunidades para a realização de oficinas e atividades importantes para a autonomia das famílias e empoderamento social das OSPs, e isso, com certeza, norteará as nossas próximas ações conjuntas”, finaliza a Coordenadora.

Thatiane Costa, da equipe de campo do PRS-Amazônia, e Luiz Suruí, liderança e coordenador na Associação Gap Ey.
Thatiane Costa, da equipe de campo do PRS-Amazônia, e Luiz Suruí, liderança e coordenador na Associação Gap Ey.
E se depender da liderança, Luiz Suruí, as atividades só estão começando. A gente vinha fazendo outros trabalhos, mas esse chegou para ficar. A gente tá bem empenhado para levar pra frente com o sucesso do trabalho [de fortalecimento das cadeias do café]”, destaca a liderança indígenas e também coordenador de campo na Associação Gap Ey.

 

Oficinas de Planos de Negócios, Estudos de Mercados e início da formação em lideranças com a Õtaibit.

Próximos passos

Os passos seguintes concentram-se em dar continuidade à construção de estratégias, a partir das informações levantadas durante os encontros, e realizar novas oficinas para deliberar e validar, conjuntamente, as propostas sugeridas para fortalecimento das cadeias e das OSPs. As ações têm como essência fortalecer as cadeias produtivas, apoiando cada organização em suas demandas específicas.


Além de Rondônia, há OSPs que trabalham com as cadeias produtivas de cacau e açaí, no Pará, e com pirarucu de manejo e castanha-do-Brasil no Amazonas. Acesse aqui e saiba mais sobre as rodadas de oficinas anteriores, realizadas no Pará.

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