No Dia Mundial do Café, conheça OSPs indígenas de Rondônia que dão exemplo de produção sustentável

Projeto busca apoiar populações fortalecendo suas práticas produtivas sustentáveis

O café é um dos sabores mais populares do mundo e está intrinsecamente ligado à cultura brasileira. Presente no café da manhã, no almoço ou no lanche da tarde, o grão harmoniza com as mais diferentes opções. Mas quando unido à sustentabilidade e à valorização da cultura indígena, ganha um significado ainda mais especial – de geração de renda e qualidade de vida no meio rural com respeito à conservação das florestas. Por isso, neste Dia Mundial do Café (14), convidamos você a conhecer um pouco mais da parceria do Projeto Rural Sustentável – Amazônia com três Organizações Socioprodutivas (OSPs) indígenas de Rondônia. Vem conhecer! 

Café une produtividade e sustentabilidade

O café é uma das bebidas mais populares do mundo – e o Brasil tem papel decisivo neste cenário. O país lidera o ranking global de produção  há mais de 150 anos, com cerca de três milhões de toneladas de café produzidas anualmente, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nesse contexto, Rondônia avança como 5º maior produtor de café do país, com uma produção recorde que impulsiona toda a cadeia produtiva.

Mas além do estado estar entre os maiores produtores do Brasil, se destaca por responder por mais de 90% do café cultivado em toda a Amazônia – de acordo com um estudo divulgado pela Conab em 2015. Um diferencial que vai além dos números, mas que se traduz na combinação da alta produtividade aliada a práticas sustentáveis e à valorização da cultura das comunidades locais.

No estado, por exemplo, o PRS – Amazônia trabalha com Organizações Socioprodutivas (OSPs) indígenas que atuam na cadeia produtiva do café, com ações que vão desde o cultivo, beneficiamento até a comercialização dos produtos. São três OSPs: a Associação Gap Ey e a Cooperativa de Produção do Povo Indígena Paiter Suruí (COOPAITER), localizadas na Terra Indígena Sete de Setembro, em Cacoal (RO), e a Associação Indígena Fluvial Õtaibit, situada na Terra Indígena Rio Branco, no município de Alta Floresta D’ Oeste (RO). No total, são mais de 126 famílias indígenas associadas, distribuídas em 26 aldeias – onde muitas delas trabalham com o cultivo consorciado de plantas frutíferas, incluindo o café. 

Junto às famílias, o Projeto tem oferecido assistência organizacional destinada ao fortalecimento das OSPs em que atuam, trocas de saberes em Dias de campo e Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), com foco em potencializar a produção de forma sustentável e conectar as famílias indígenas produtoras a oportunidades de mercados.

Café é sinônimo de cultura e identidade

Na Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta D’ Oeste (RO), o cultivo sustentável do café se destaca como um caminho viável para a geração de renda e conservação do meio ambiente, em especial nas plantações dos associados e associadas à OSP Õtaibit. Muitas das famílias já atuam com Sistemas Agroflorestais (SAFs), por meio de práticas ancestrais que fortalecem a saúde do solo, protegem as nascentes e melhoram a polinização, resultando em mais produtividade e qualidade da produção. 

A  Maria José Tupari é uma das produtoras associadas à Õtaibit com uma longa trajetória com os SAFs – um conhecimento sobre a terra  passado de geração em geração. 

Foi com seus pais que ela aprendeu a plantar diversas culturas nas roças, como banana, mandioca, arroz, milho e batata; mas há dois anos tem se dedicado ao café. E, com a assistência Projeto, a Maria almeja aumentar a produtividade e potencializar as boas práticas já utilizadas. “A gente espera que a assistência técnica nos ajude a plantar mais […]. Espero que daqui a um tempo a roça esteja produzindo muito café, porque nós nunca tivemos assistência técnica, a gente sabe o que aprendeu com os nossos pais. Essa vai ser a primeira vez”, ela compartilha. 

 

Maria José Tupari, produtora associada à Õtaibit

Segundo a monitora de campo, Thatiane Costa, o Projeto tem como objetivo apoiar as famílias indígenas na cafeicultura sustentável, somando saberes no campo e incentivando o aprimoramento de suas práticas sustentáveis – especialmente com o acompanhamento técnico contínuo, capacitações coletivas e incentivo a tecnologias de baixo carbono. “O PRS – Amazônia se diferencia porque integra e promove a inclusão socioeconômica, conservação ambiental, com respeito e valorização da cultura indígena e de seus sistemas de produção, para a manutenção da identidade cultural. Além disso, incentiva a economia de baixo carbono e as práticas que reduzem emissões de CO₂, e que melhoram a qualidade ambiental do cultivo”, ela finaliza. 

Com essas práticas sustentáveis tradicionais somadas à assistência técnica, o intuito é que o cultivo do café contribua para manter a floresta em pé e incentive a mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo que promova a geração de renda e a conservação nos territórios indígenas – um caminho eficaz para o desenvolvimento sustentável. 

Veja alguns registros das atividades do Projeto na cadeia produtiva do café 

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