A cadeia produtiva da Castanha-do-Brasil tem um potencial altamente promissor para o Brasil, atualmente movimenta mais de 2 bilhões de reais por ano, segundo dados do Instituto Socioambiental. O Projeto Rural Sustentável – Amazônia trabalha em conjunto com as Organizações Socioprodutivas (OSPs) para prestar assistência técnica para as práticas de produção, extração e saída para o mercado. Com o objetivo de contribuir para o manejo adequado dos castanhais, criação de novos produtos e a possibilidade de abertura de novos mercados.
A Bertholletia excelsa, ou Castanha-do-Brasil, conhecida também por Castanha-do-Pará ou Castanha-da-Amazônia, é um dos 3 produtos mais comercializados da região Amazônica, sendo o estado do Amazonas seu maior produtor, responsável por 35% do total. Em 2020, foram produzidas 33 mil toneladas do alimento. Entretanto, a espécie também é considerada como vulnerável pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), devido ao avanço do desmatamento que põe em risco a conservação da árvore.
As árvores Castanheiras estão presentes em toda a extensão da bacia Amazônica, por cerca de 325 milhões de hectares, sendo 300 milhões apenas no Brasil. A espécie pode alcançar entre 30 e 50 metros de altura e 1 a 2 metros de diâmetro, sua presença fornece a sombra necessária para que outras espécies possam se desenvolver. Seus frutos são colhidos em forma de ouriços, que caem no chão ao longo dos castanhais. No interior do fruto encontra-se o principal produto da espécie, as amêndoas. Em cada ouriço podem ser encontrados de 10 a 25 sementes, que são utilizadas para consumo humano e possuem alto valor proteico.
Os responsáveis pela colheita são conhecidos como castanheiros, que percorrem quilômetros de trilhas recolhendo o fruto que cai das árvores. Após a colheita é necessário colocar a castanha para secar à sombra, em local ventilado, mexer os montes diariamente para evitar a contaminação por fungos e por fim vender o fruto para usinas de beneficiamento. Esta comunidade é essencialmente constituída por povos tradicionais e indígenas, que realizam essa atividade há milênios. Hoje envolve em torno de 60 mil pessoas e 127 organizações comunitárias na atuação.
Sobre o projeto
O PRS – Amazônia é resultado da Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como beneficiário institucional e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, o IABS, como responsável pela sua execução.