Amazônia rica e extraordinária: por dentro das cadeias produtivas abrangidas pelo Projeto

Recorte geográfico permite ver a relação de cada cadeia produtiva com tradições, culturas, potenciais e com o dia a dia de quem produz

Com riquezas tão singulares e dinâmicas tão próprias, é no Amazonas, no Pará e em Rondônia que está o PRS – Amazônia : um contexto repleto de particularidades dos 44 municípios que fazem parte do Projeto, que, somados seus territórios, geram uma presença do Projeto em cerca de 12% do território brasileiro, com mais de 1 milhão de km². Nesse espaço tão amplo e diverso, com tradições, histórias e culturas distintas, essas riquezas  também se refletem nas cadeias produtivas, desde o cultivo até a comercialização, e estão integradas ao cotidiano das famílias agroextrativistas.

 

São duas cadeias produtivas por estado, em que duas características permeiam todas: são observadas a sazonalidade e as leis da natureza e elas ditam o ritmo da produção –  especialmente nos cultivos apoiados pelo Projeto, com práticas sustentáveis, que conservem a sociobiodiversidade e que substituam práticas associadas ao desmatamento. 

 

Por seguir o tempo de cada espécie e a estação de cada fruta, é comum que as famílias agroextrativistas que se envolvem em alguma etapa da cadeia produtiva trabalhem com mais de uma produção no ano. Isso cria uma rede complexa de saberes e de potencialidades para o açaí, o cacau, o pirarucu de manejo, a castanha-do-Brasil, o café e os peixes redondos.

 

Conheça cada uma delas aqui!

Amazonas: pirarucu de manejo e castanha do Brasil

Movimentando mais de R$2 bilhões por ano (Observatório Castanha-da-Amazônia – OCA), a Castanha-do-Brasil é um dos três produtos mais comercializados na região amazônica. Apesar de ser conhecida também por Castanha-do-Pará ou Castanha-da-Amazônia, o Amazonas é seu maior produtor, responsável por 35% do total: para se ter uma ideia, isso corresponde a mais de 11,5 mil toneladas de castanha só em 2020. 

 

Quem é responsável pela colheita são castanheiros e castanheiras, que percorrem quilômetros de trilhas recolhendo o fruto que cai das árvores. Essa comunidade é essencialmente constituída por povos tradicionais e indígenas, que realizam a atividade há milênios e envolve em torno de 60 mil pessoas e 127 organizações comunitárias na atuação.

Conhecido como Rei dos rios e bacalhau da Amazônia, o pirarucu de manejo pode ter até 3m e ser comercializado fresco, seco, salgado ou defumado. Ele é aproveitado como um todo: escamas, cabeça, língua e carcaça têm saída no mercado nacional e internacional. Toda essa produção gera em torno de R$3 milhões por ano somente no AM, com preço médio de R$4,26/kg (Instituto Mamirauá).

 

Com a pesca do pirarucu selvagem proibida para a preservação da espécie, o manejo do pirarucu é uma forma de garantir o equilíbrio ecológico da espécie, a sobrevivência de outras espécies de peixes e conservar as dinâmicas de pesca com as comunidades tradicionais.

Pará: açaí e cacau

Na região da Bacia do Xingu (PA), rumo ao norte na Amazônia, uma das cadeias produtivas fortes é o cacau, presente no Projeto. Medicilândia, por exemplo, tem respondido por mais de 50% da produção da Transamazônica e do Pará (CEPLAC), com um polo produtivo a nível nacional. 

 

Isso reflete um potencial enorme da cadeia do cacau: passou de passou de 18%, em 2005, para 53% em 2018 (IBGE), envolvendo 60 mil pessoas diretamente e 240 mil pessoas indiretas, com o potencial de continuar com a mão de obra de centenas de trabalhadores e trabalhadoras envolvidas na produção.

Utinga, branco, açaí-açu, preto: essas são algumas variedades de açaí existentes no norte do Brasil. No estado do Pará, o PRS – Amazônia se propõe a gerar impacto positivo nesta cadeia global de exportações, com demandas crescentes internacionais para Japão, Alemanha e Bélgica, por exemplo. 

 

Além do fruto, também se aproveita o palmito, o tronco, as folhas e as raízes – esses dois últimos utilizados pelas comunidades ribeirinhas que cultivam açaí na construção de casas e produção de bolsas e chapéus, em atividades de subsistência locais.

 

Rondônia: café e peixes redondos

Pescados como Tambaqui, Pirapitinga, Pacu e seus híbridos possuem características importantes dos peixes redondos para sua produção e comercialização: ganham peso rápido e possuem bastante resistência ao frio. 

 

Em 2021, 65.500 toneladas de peixes redondos foram produzidos, sendo o município de Ariquemes (RO) o principal produtor da região (Associação Brasileira de Piscicultura – Peixe BR) . Apesar de encontrar bastante saída no mercado interno, também tem saídas internacionais: o principal importador dele hoje é os Estados Unidos. 

 

Além do fruto, também se aproveita o palmito, o tronco, as folhas e as raízes – esses dois últimos utilizados pelas comunidades ribeirinhas que cultivam açaí na construção de casas e produção de bolsas e chapéus, em atividades de subsistência locais.

 

Sabia que Rondônia é o 2º colocado na produção do café Conilon?

 

Conilon é uma espécie de maior recorrência de produção no Brasil, conhecida por ter maior resistência no manejo e em lavouras do que outras espécies de café, como a Arábica.  Cerca de 80% de sua produção se destina a outros estados, 12% ao consumo regional e 8% à exportação.


Em 2021, 65.500 toneladas de peixes redondos foram produzidos, sendo o município de Ariquemes (RO) o principal produtor da região (Associação Brasileira de Piscicultura – Peixe BR) . Apesar de encontrar bastante saída no mercado interno, também tem saídas internacionais: o principal importador dele hoje é os Estados Unidos. 


Além do fruto, também se aproveita o palmito, o tronco, as folhas e as raízes – esses dois últimos utilizados pelas comunidades ribeirinhas que cultivam açaí na construção de casas e produção de bolsas e chapéus, em atividades de subsistência locais.

 

Diálogo permanente com os estados

O Projeto se propõe a trabalhar em conjunto, com diálogo aberto, escuta ativa e espaços de governança local. Assim, acredita-se que é possível atuar em cooperação e em sinergia com as atividades do território.

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