Aula Magna destaca a importância de ter ações integradas para o desenvolvimento sustentável na Amazônia

Evento marca oficialmente o início das aulas do Mestrado Profissional do PRS - Amazônia, em parceria com a UFPA

Na última segunda-feira, dia 9, aconteceu a Aula Magna do Mestrado Profissional do PRS – Amazônia, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). A aula foi conduzida pelo Prof. Dr. Marcel Bursztyn, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), que trouxe reflexões inspiradoras sobre a gestão de recursos naturais e desenvolvimento local na Amazônia, tema central do Mestrado. O evento também contou com a presença de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e da equipe do PRS – Amazônia e da UFPA.

A Aula Magna marca o início da primeira turma do Mestrado Profissional e das aulas presenciais em Belém (PA). Agora, 20 estudantes fazem parte da pós-graduação e, pelos próximos 18 meses, terão a oportunidade de se dedicar ao desenvolvimento de pesquisas nas áreas de gestão ambiental e cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia.

Mestrandos e mestrandas são recebidos pelas organizações parcerias do Mestrado Profissional

O evento começou com o Prof. Gilberto Rocha, Diretor Geral do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA, dando boas vindas aos(às) novos(as) estudantes do Mestrado, e apresentando alguns dos princípios do NUMA. Entre eles estão a centralidade da temática ambiental, a interdisciplinaridade, a diversidade de olhares para o desenvolvimento e a importância da pesquisa para a resolução dos problemas da sociedade. “Aqui, nós aprendemos a perspectiva do bem viver, a respeitar o posicionamento uns dos outros e de saber que ninguém é o dono da verdade […]. Os nossos problemas são os problemas da sociedade, que devemos alimentar como uma boa ação coletiva”, disse. 

Em seguida, o representante do Ministério da Agricultura e da Pecuária (MAPA), Sidney Medeiros, destacou a parceria de longa data com o IABS, a organização executora do PRS – Amazônia, e deixou um recado para os(as) alunos(as) do Mestrado: “Nós implementamos o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, o ABC +. Com esse plano, percebemos que é possível implementar práticas sustentáveis, por meio do processo de convencimento dos atores envolvidos no sistema agropecuário brasileiro[…]. Então, por que ter os alunos fazendo o mestrado profissional? Porque vocês serão uma ponte desse conhecimento, farão essa ponte com o produtor rural. O que eles podem precisar que ainda não estamos atendendo? […]. Percebemos que essa pode ser uma ferramenta muito eficaz para implementar as práticas sustentáveis tão almejadas”. 

Já o Tadeu Assad, Diretor-Presidente do IABS e Diretor-Geral do PRS – Amazônia, ressaltou as ações de fortalecimento do Projeto nas seis cadeias produtivas e em três estados da Amazônia: Rondônia, Pará e Amazonas. Uma dessas frentes é abrir caminhos para que o público beneficiário do Projeto acesse novas oportunidades de capacitação e contribua com o Projeto na construção de um futuro mais justo, inclusivo e sustentável. “O Projeto tem um tempo de vida de 3, 4 anos, mas quando você forma as pessoas é pra sempre. Então, nós vamos deixar mestres conectados com o território, com organizações que atuam na região e que vão poder multiplicar o conhecimento e, até mesmo, saber como lidar com contextos tão amplos”. Ao final, agradeceu a todas as instituições envolvidas na iniciativa. 

Christian Nunes, coordenador do PPGEDAM/UFPA, também destacou que essa é uma oportunidade singular para os(as) estudantes desenvolverem estudos que contribuam para a sustentabilidade na Amazônia. “Tenho certeza que o conhecimento adquirido vai mudar a vida de vocês (mestrandos e mestrandas), por isso eu saúdo a iniciativa do IABS por esse legado. É um projeto que vai deixar estrutura, promover renda, mas também vai deixar conhecimento”, destacou.

 

📌​Uma pausa para falar sobre o Programa de Capacitação do PRS – Amazônia

O Mestrado Profissional faz parte do Programa de Capacitação do PRS – Amazônia. Lançado, este ano, o Programa traz um conjunto de ações de capacitação para sensibilizar e treinar o público geral e diferentes atores que participam do Projeto. As ações têm por objetivo difundir temas da sustentabilidade e promover trocas de conhecimentos e experiências, no campo, na universidade e no ambiente digital.

Durante o evento, a Melissa Curi, Coordenadora de Capacitação do PRS – Amazônia, trouxe algumas novidades importantes do Programa. “Além do Mestrado Profissional, em parceria com a UFPA, a gente também tem o EaD, dividido em duas etapas: o EaD Introdutório, aberto ao público em geral, e o Avançado, voltado a um público mais específico do Projeto. Esses cursos são em parceria com o Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho […]. A gente também tem as ações de empoderamento social, que são as ações de fortalecimento das Organizações Socioprodutivas, por meio da formação de lideranças e das oficinas participativas com as famílias, onde trabalhamos as questões de gênero, juventude, território e cadeias produtivas”, destacou. 

 

Aula Magna destaca a importância de conectar saberes para promover a sustentabilidade

O prof. dr. Marcel Bursztyn, professor titular do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, iniciou a sua aula falando sobre o Mestrado Profissional como um período rico de aprendizados e de descobertas.“Nessa fase da nossa vida, a gente tem a possibilidade de compartilhar experiências profissionais e de aprender com os demais colegas e professores”. Além disso, trouxe a interpretação de cada palavra (ingrediente) que compõe a temática do Mestrado Profissional em gestão de recursos naturais e desenvolvimento local na Amazônia.

Segundo o professor, os recursos naturais são fonte de produção e reprodução para a humanidade e a sua disponibilidade é crucial para o desenvolvimento. Palavra que há pouco mais de 50 anos ganhou um novo significado: só é desenvolvimento se for sustentável. Para ele: “se não integrarmos as diferentes áreas das sociedade, trabalho, capital e recursos naturais, não haverá um desenvolvimento, mas um (des)envolvimento – sem envolvimento”, disse. 

A integração, pontuada pelo professor, reflete-se também na conexão entre os espaços físicos, a nível local e global. “60% do território brasileiro está com a qualidade do ar péssima, por conta das queimadas em algumas regiões do país [..]. As coisas se conectam e a gente não pode se abstrair dessa conectividade que existe entre os diferentes locais”, destacou. 

O último ingrediente apresentado pelo professor é a Amazônia, o tema de estudo dos mestrandos e mestrandas e para muitas pessoas o santuário natural, a reguladora climática e a casa de mais de 29 milhões de pessoas (PNAD Contínua, 2023). Segundo ele, a “Amazônia é um universo em si mesmo”. Por isso, é importante refletir sobre qual é o projeto brasileiro de desenvolvimento para o Bioma. A gestão das muitas facetas da Amazônia é um grande desafio que evoca a conexão entre as especialidades, as organizações e os diferentes setores da sociedade, visando o desenvolvimento integrado e, acima de tudo, sustentável da região. 

O professor finalizou trazendo uma reflexão: “precisamos saber integrar, lidar, conversar com especialistas, precisamos trabalhar o universo das generalidades. Eu desejo que vocês se tornem bons especialistas em generalidades. Essa é uma pessoa capaz de fazer conexões entre saberes, pessoas, instituições, conexões entre disciplinas. Essa é a mágica necessária para que a gente possa, de fato, ter soluções para problemas complexos”, concluiu.

Com essa última fala, o PRS – Amazônia deseja boas vindas aos mestrandos e mestrandas da 1º turma do Mestrado Profissional, em parceria com a UFPA! Que essa jornada seja repleta de aprendizados e troca de saberes visando o desenvolvimento sustentável na Amazônia!

 

Assista à Aula Magna na íntegra 

https://www.youtube.com/watch?v=yNCW6qFTUUU

 

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