Com o intuito de desenvolver um espaço para diálogos e escuta ativa com as Organizações Socioprodutivas (OSPs) e famílias vinculadas, o Projeto Rural Sustentável – Amazônia (PRS – Amazônia) deu início a uma rodada de visitas a cada OSP parceira que trabalhará ao longo do Projeto. Na segunda etapa dessas visitas, a equipe de campo conheceu a história das OSPs do Pará.
São 3 organizações na cadeia produtiva do açaí e 4 OSPs na cadeia do cacau, todas com contextos e histórias diferentes. Com os encontros, a equipe pode conhecer melhor a região e também um pouco de cada uma delas. Confira abaixo!
PARÁ | Cadeia produtiva do açaí
Associação de Preservação do Meio Ambiente do Rio Mupi (APREMARMU)
A Vila de Nossa Senhora do Rosário e Mupi Torrão surgiu com apenas 6 famílias, no ano de 1920, e foi crescendo aos poucos, chegando a 50 famílias em 1979. Nesse mesmo período, iniciaram os trabalhos coletivos para o desenvolvimento de diversas culturas e criações, como por exemplo cultivo de mudas, mandioca, pimenta, entre outros. E, este trabalho conjunto, deu dois frutos: a formação da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Rio Mupi (APREMARMU) em 1995 e o início do manejo do açaí.
Hoje, a comunidade do município de Cametá, já conta com 75 associados, sendo a maioria das famílias chefiadas por mulheres e que vivem do beneficiamento por meio das cadeias produtivas do açaí.
Associação Multissetorial dos Empreendedores de Beja (AMSETEB)
A Associação Multissetorial dos Empreendedores de Beja (AMSETEB) nasceu do esforço conjunto das famílias produtoras da comunidade que buscaram por novas oportunidades de empreendedorismo e aumento de renda. Como resultado, em 2011, nasceu a associação, juntando 20 associados e produtores regionais. Esta história criou ainda mais força e, hoje, a comunidade já conta com 89 associados e produtores da região.
Hoje em dia, a comunidade se une para vender os produtos em feiras, mas mantêm o desejo de aprender ainda mais e alcançar novos mercados, difundindo a produção do açaí em conjunto com os demais produtos.
Associação dos Moradores e Agricultores Remanescentes de Quilombolas das Comunidades de Santa Quitéria e Itacoãozinho (AMARQUISI)
A história dos moradores remanescentes de quilombolas das Comunidades de Santa Quitéria e Itacoãozinho junta mais de 200 anos de legado, sempre movidos pela luta dos direitos para comunidade, como por exemplo, educação, moradia e saúde. E, buscando isso, nasceu em 2004 a Associação dos Moradores e Agricultores Remanescentes de Quilombolas das Comunidades de Santa Quitéria e Itacoãozinho (AMARQUISI), processo fundamental para dar início e consolidar a titulação da terra pertencente às comunidades quilombolas da região.
Atualmente, a associação tem os direitos sobre as terras, onde as famílias realizam a coleta, beneficiamento e comercialização da produção do açaí. Além disso, os moradores e agricultores já começam a ver novas possibilidades para geração de renda da comunidade no município.
PARÁ | Cadeia produtiva do cacau
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Altamira (STTR)
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Altamira (STTR), foi fundado na década de 60, no centro paroquial de Altamira, com a presença de 109 associados que, até hoje, realizam um trabalho conjunto em prol dos direitos coletivos e individuais dos agricultores e agricultoras do município de Altamira
O município de Altamira está localizado na região do Vale do Xingu, no sudeste paraense, sendo o maior município do país e o terceiro maior do mundo em extensão territorial. O principal mercado que movimenta a região é o do cacau, cadeia produtiva pela qual a associação busca aprender mais beneficiamento para realização das atividades dos produtores.
Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP)
A Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) é uma ONG que foi fundada no início da década de 90, situada na região da Transamazônica e Xingu. Desde a fundação, a organização busca contribuir para o desenvolvimento sustentável na Amazônia, fortalecendo iniciativas econômicas que promovam o bom uso dos recursos naturais, a gestão participativa dos territórios, uma economia de base diversificada e plenos benefícios sociais às populações rurais e urbanas da região.
A FVPP já conta com 80 organizações filiadas, distribuídas nos municípios da Transamazônica, BR 163 e Xingu, alcançando 19 municípios do oeste do Pará, sendo a maior parte dessas organizações formada por agricultores familiares que se beneficiam da cadeia produtiva do cacau.
Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé Miri (CAEPIM)
A Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé Miri (CAEPIM) atualmente conta com 70 cooperados, sendo que a maioria das famílias estão localizadas em ilhas do município. Além disso, a cooperativa trabalha, principalmente, com a comercialização do açaí como principal produto, mas já existe diversificação da produção por meio do beneficiamento das cadeias produtivas do cacau.
A associação fica no município de Igarapé Miri, pertencente à Mesorregião do Nordeste paraense. A região também é conhecida como a “Capital Mundial do Açaí”, por ser o maior produtor e exportador no mundo.
Associação das Mulheres Produtoras de Polpa de Fruta (AMPPF)
A Associação das Mulheres Produtoras de Polpa de Fruta (AMPPF) foi oficialmente criada em 2012, mas desde 2010 já estava sendo planejada pelas produtoras locais para organizar a produção das culturas existentes da região. Além disso, a associação também teve outro enfoque: organizar o trabalho desenvolvido pelas mulheres de São Félix do Xingu, região do sudoeste do Pará, promovendo o protagonismo da mulher no campo e evidenciar o debate de gênero em uma perspectiva produtiva, social e econômica.
Contando com apoio de projetos, programas de incentivo à organização social e geração de renda, a AMPPF busca construir outras possibilidades para que a mulher se torne independente, sendo uma dessas formas, pelo meio do beneficiamento das cadeias produtivas, como a do cacau.