No último mês, sete Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras do Projeto Rural Sustentável – Amazônia participaram de oficinas para a elaboração de Planos de Negócio. Durante todo o mês de agosto, sete oficinas foram realizadas no Pará com o objetivo de validar informações sobre desafios, aspirações e potencialidades com cada OSP, levantadas na primeira visita, e iniciar a construção de planos de negócios personalizados.
O Projeto Rural Sustentável – Amazônia apoia seis cadeias produtivas em três estados da Amazônia: no Pará, com o açaí e o cacau, no Amazonas com a castanha-do-Brasil e o pirarucu de manejo; e em Rondônia, com o café e peixes redondos. O Projeto promove ações integradas com 18 Organizações Socioprodutivas (OSPs) e mais de 870 famílias, formadas por povos originários, comunidades tradicionais e demais produtores e agroextrativistas, visando o desenvolvimento sustentável da região.
Cadeia Produtiva do Açaí
Atualmente, o Pará é responsável por aproximadamente 94% da produção nacional de açaí. Segundo dados do IBGE, de 2022, das 1.699.588 toneladas do fruto produzidas pelo país, 1.595.455 toneladas foram produzidas no estado. Dentro da cadeia do Açaí, o Projeto é parceiro de três organizações: da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Rio Mupi (APREMARMU), da Associação Multissetorial dos Empreendedores de Beja (AMSETEB) e da Associação dos Moradores e Agricultores Remanescentes de Quilombolas das Comunidades de Santa Quitéria e Itacoãozinho (AMARQUISI).
Por lá, os encontros foram realizados, respectivamente, nos municípios de Cametá, Abaetetuba e Acará e reuniram mais de 50 dirigentes e produtores locais, no total.
Durante os encontros, Luiz Fernando Barreto, gerente de Planos de Negócios no Projeto, conta que foram utilizadas diferentes ferramentas participativas para a validação conjunta das informações organizacionais e início da construção do Plano de Negócios, pensando no público e no contexto de cada OSP. “Para as atividades participativas, combinamos ferramentas para analisar fatores que influenciam na construção do negócio, como segmento de clientes, posição na cadeia de valor, proposta de valor, além de definir o que será feito, por que será feito, onde será feito e por quem será feito, assim como ferramentas para priorizar cada ação”, destaca.
Representante da APREMARMU apresentando o Business Model Canvas – ferramenta de planejamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes (Fonte: Sebrae).
Com a construção do Plano de Negócios, as organizações poderão identificar oportunidades de mercado, melhorar a gestão de recursos e estabelecer práticas eficientes de comercialização. Isso resulta na geração e no aumento da renda das famílias envolvidas, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável e a melhoria da qualidade de vida nos municípios.
Veja alguns momentos marcantes
Cadeia Produtiva do Cacau
O estado do Pará é também o maior produtor de cacau do Brasil, com uma participação de 51,80% na produção nacional, segundo o levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dentro da cadeia do cacau, as atividades do Projeto se concentraram na validação, conjunta, das informações levantadas por cada organização parceira para o início dos Planos de Negócios.
Entre elas organizações, estão: o Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Município de Altamira (STTR), a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), a Cooperativa Agrícola dos Empreendedores Populares de Igarapé Miri (CAEPIM) e a Associação das Mulheres Produtoras de Polpa de Fruta (AMPPF).
No total, os encontros reuniram mais de 60 dirigentes e produtores locais, onde a escuta ativa e a participação das comunidades foram o grande destaque durante as oficinas. Isso permitirá a construção conjunta de planos de negócios representativos, que refletem os anseios das OPS a curto, médio e longo prazo, acelerando o alcance dos seus objetivos.
E é do município de Altamira, localizado na região do Vale do Xingu, no sudeste paraense, que a vice presidente da STTR, Ewelly Stevem, compartilha um pouco do que vivenciou durante as atividades. “Hoje o dia foi muito produtivo, acho que os nossos parceiros conseguiram captar a nossa essência, conseguiram criar uma forma que a gente visse que o que a gente quer a curto, médio e a longo prazo”, conta Ewelly Stevem.
“Eu saio hoje daqui esperançosa. A nossa luta não é fácil, e a gente encontrou pessoas abertas e muito interessadas nos serviços que a gente oferece, que estão muito disponíveis para nos ajudar. Então, acho que a palavra de hoje é esperança. Eu saio daqui muito esperançosa”, destaca a vice-presidente.
Veja alguns dos principais momentos
De olho no futuro
Os próximos meses darão continuidade e finalização dos Planos de Negócios, que se desdobrarão em um plano de ação estratégico, um plano de investimento, um plano de comunicação e um plano de implementação. “Uma vez finalizados, esses planos serão cuidadosamente revisados pelas organizações parceiras com a equipe de campo do Projeto, que retornará ao estado para validar cada um deles de forma colaborativa”, destaca Luiz Fernando Barreto.
A metodologia participativa, implementada durante as oficinas, assegura que todas as especificidades e anseios das OPSs estejam presentes nos Planos de Negócios, promovendo o desenvolvimento das organizações, de forma eficaz, sustentável e integrado.
Nesta segunda rodada de visitas do Projeto, as oficinas de Planos de Negócios acontecem em todos os três estados de atuação do Projeto, como foi em Rondônia e, agora, no Pará. A próxima parada será no Amazonas. Saiba mais em: https://prsamazonia.org.br/